terça-feira, 8 de março de 2011

Mulherão

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1,80m, siliconada, sorriso colgate.
Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Malu Mader, Letícia Spiller, Adriane Galisteu, Luma de OLiveira e Bruna Lombardi.

Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão. Aí, a gente descobre que tem uma em cada esquina, que tem um montão delas por aí.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.

Mulherão é aquela que vai de madrugada para fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta-feira, e uma família todos os dias da semana. 

Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.

Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos na natação, busca os filhos na natação, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão? É aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé,  esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é que cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação.

Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Mulherão é quem, se ainda sobrar um tempinho, espreme as espinhas do marido, arranca os pelos encravados da barba dele, ta sempre disposta a uma noite de amor.

Lumas, Brunas, Carlas, Luanas, Feiticeiras e Sheilas: mulheres
notas 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão, mulherão mesmo, é aquela que mata um leão por dia, enquanto carrega pedras nos intervalos. 
(Rivalcir)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Letícia Thompson - Dor de perda




É um caminho inevitável. Temos todos, um dia ou outro, de uma forma ou de outra (e geralmente de várias formas mesmo), que viver isso. Não porque é uma fatalidade do destino, mas porque faz parte da vida.

E cada um de nós vive, mesmo se de maneira dolorosa igual, de um jeito diferente as diferentes perdas pelas quais temos que atravessar. 

A pior de todas, é quando alguém que a gente ama morre. Esse é um sentimento de perda irreparável. Um amigo não vale pelo outro, um irmão não vale pelo outro e nada no mundo poderá substituir nossos pais. 

Tenho uma amiga sábia que diz que "nunca somos velhos o suficiente para ficarmos órfãos." E ela tem razão. E mesmo se o tempo aplaca essa dor, sempre vai ficar dentro da gente aquele sentimento indecifrável de vazio. 

É a idéia do "nunca mais ver" que dói mais. E quando esta se une à idéia de não termos feito algo mais, não termos dito algo mais, ainda é pior. 
Outra dor de perda é quando a pessoa que se ama se vai. Nesse caso existe uma mistura de dor de orgulho e dor de medo de se ficar sozinho, muitas vezes porque o que existia não era realmente amor, mas uma dependência emocional do outro. 

Dor de orgulho, porque ninguém nessa vida foi feito pra perder. Dor de ter sido deixado, dor de rejeição, que chega a doer até fisicamente. Não adianta dizer nesse momento que "quando se perde um ônibus vem dez atrás", porque a pessoa vai te dizer que o que perdeu era justamente aquele que queria. Mas quando o tempo cura essa ferida (e o tempo cura todas as feridas!) e o coração começa a bater mais forte por outra pessoa, aí então a gente esquece. 

E ninguém precisa ter medo de ficar sozinho, pois só vai ficar sozinho quem não se abrir a novas possibilidades.
E com isso tudo, o que é preciso mesmo é que aprendamos o sentimento de aceitação. Não passiva, de se deixar levar. Mas aquela de quando se sabe que vai se viver o inevitável, de viver isso da melhor maneira possível. Nenhum de nós está preparado pra isso, mas sabemos que é a vida.

E não deixar que a dor do orgulho possa impedir que vivamos, isso é importante. Alguém me contou recentemente que sofreu dois anos por ter perdido um amor e depois é que reconheceu que o sofrimento não era realmente de amor, mas do orgulho de ter sido deixado. Uma vez reconhecido isso, ele deu um passo à frente e encontrou aquela que hoje em dia é sua esposa, que portanto já fazia parte do grupo que conhecia e freqüentava. 

É preciso muita sabedoria para se tirar a venda do orgulho dos olhos.
 Fazer com que os que amamos saibam disso é uma maneira de se preparar a viver diferente a perda, se esta se der. É preciso dar de si mesmo enquanto se pode. É preciso evitar o "ah, se eu soubesse" e "ah, se eu pudesse voltar" do futuro. É preciso oferecer flores enquanto se pode vê-las e senti-las.

Se você gosta de alguém, diga, demonstre. Nem todo mundo sabe adivinhar. Transforme em gestos e palavras tudo aquilo que se passa no seu coração.

 Vive muito melhor dor de perda quem sabe que fez a sua parte. Ainda vai doer, mas de maneira bem diferente.   


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

do livro:"O Homem Que Veio da Sombra"

Adeus:

É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica.

Amigo:

É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta.
Amor ao próximo:
É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos.
Caridade:
É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte.
Carinho:
É quando a gente não encontra nenhuma palavra parra expressar o que sente e fala com as mâos, colocando o afago em cada dedo.
Ciúme:
É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo.
Cordialidade:
É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos.
Doutrinação:
É quando a gente conversa com o Espírito colocando o coração em cada palavra.
Entendimento:
É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama.
Evangelho:
É um livro que só se lê bem com o coração.
Evolução:
É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás.
Fé:
É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito.
Filhos:
É quando Deus entrega uma jóia em nossa mão e recomenda cuidá-lá.
Fome:
É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia.
Inimizade:
É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante.
Inveja:
É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro.
Lágrima:
É quando o coração pede aos olhos que falem por ele.
Lealdade:
É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama.
Mágoa:
É um espinho que a gente colocano coração e se esquece de retirar.
Maldade:
É quando arrancamos as asas do anjo que deverámos ser.
Netos:
É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los.
Ódio:
É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia.
Orgulho:
É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante.
Paz:
É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever.
Perdão:
É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamis teria.
Perfume:
É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz.
Pessimismo:
É quando a gente perde a capacidade de ver em cores.
Preguiça:
É quando entra vírus na coragem e ela adoece.
Raiva:
É quando colocamos uma muralha no caminho da paz.
Saudade:
É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo.
Sexo:
É quando a gente ama tanto que tem vontade de morar dentro do outro.
Simplicidade:
É o comportamento de quem começa a ser sábio.
Sinceridade:
É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho.
Solidão:
É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto.
Supérfluo:
É quando a nossa sede precisa de um gole de aguá e a gente pede um rio inteiro.
Ternura:
É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas.
Vaidade:
É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.
                                                               

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Letícia Thompson - Depressão

                   A depressão
Quando se olha o mundo de fora é muito fácil dizer o que se deve fazer, como e até quando. Achamos soluções para todo mundo, desde que não estejamos envolvidos. É fácil falar da dor que não sentimos, do amor que não perdemos, dos problemas que não temos e da vida que não vivemos. 
Somos assim muito sábios quando o espinho não está em nós!...
Os altos e baixos são comuns a todo mundo. Ninguém vive em linha reta. E há pessoas que suportam mais facilmente as subidas e descidas da vida que outras, como umas pegam certas doenças e outras não. Há coisas que não se controla, pois se tivéssemos escolha, optaríamos sempre por uma vida sã.

A depressão é uma doença como uma outra, não um capricho de quem deseja mais do que a vida pode oferecer. Só quem passou ou passa por isso sabe entender o que é. E como toda doença, deve ser reconhecida, entendida e tratada como tal. 

Infelizmente todo mundo não está preparado para ajudar em casos assim e tentam resolver os problemas mostrando que há pessoas mais infelizes. Contudo, não é possível minimizar a dor de ninguém, fazendo-o comparar sua infelicidade com as misérias do mundo. 

Ninguém pode se sentir melhor porque do lado de fora há mais sofrimento. Se fosse assim, seria fácil ir dormir feliz a cada dia, bastando assistir ou ler jornais.
É claro que muitas vezes vemos uma coisa triste e pensamos no quanto somos abençoados por não vivermos aquilo.

Isso é normal para todo mundo, nos faz refletir sobre a realidade da vida. Mas se passamos nossa vida com comparações não vamos a lugar nenhum, pois sempre haverá parâmetros diferentes e acabaremos nos sentindo perdidos.

Precisamos respeitar a dor e sentimento do outro, como respeitamos os limites do seu jardim. Cada vida é única, é própria. Podemos ajudar uma pessoa depressiva mostrando-lhe o lado belo da vida, dando-lhe razões para olhar além do horizonte, criar objetivos e acreditar neles. Podemos tirá-la do isolamento em que se encontra dando-lhe palavras de reconforto e amizade, fazendo-a sentir-se amada e útil. Dizer a um depressivo que seus problemas são mínimos porque há coisas piores na vida não o fará sentir-se melhor.

Quando Jesus se referiu à pessoas com problemas e ansiedades, mandou que olhassem os lírios dos campos e as aves no céu e se repousassem,  apontou para coisas bonitas e alegres, nunca disse para olharem os necessitados. E Ele teve, também, Seu momento de dor, tristeza e lágrima, como todo ser humano.

As soluções para os problemas começam com o reconhecimento deles. Ter amigos que possam compreender já é um passo na direção da cura. A compreensão da dor do outro leva-lhe segurança. E, segura, uma pessoa poderá se levantar e recomeçar seu caminho, com toda ajuda que ela deve ter.
Depressão? Uma doença sim. E médicos são úteis. Amigos são preciosos. Orações são imprescindíveis.




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Madre Tereza De Calcutá

Muitas vezes a pessoa é egocêntrico, 
ilógico e insensato,

Perdoe-a assim mesmo.
Se você é gentil, a pessoa pode 
acusá-lo de egoísta e interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
Se você for um vencedor, terá alguns falsos 
amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, o povo pode enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, o povo pode sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje, o povo pode esquecê-lo amanhã.
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.
Veja você que, no fim das contas, é entre VOCÊ E DEUS.
Nunca foi entre você e o povo.